Deixo o se na consciência da fala, para o sentimento se sentir só, sem mim, para sentir falta de mim. Eu sinto falta de sentir, sentindo. O tempo é o amor que sinto. Sentir é um amor que lembra a vida. O sopro das mãos é a poesia, sem o sentimento da fala. O sopro das mãos morre na fala. O sopro das mãos são mãos que vivem. Vivem para escapar do corpo. Um corpo sem mãos gesticula a fala no ser. Eu não falo pelas minhas mãos, mas falo no meu ser. As mãos são o mistério da fala. Todos são meu corpo, minha vida. A vida se perde dentro do corpo. O corpo se faz ser pela dúvida do ser. A falta de ser é o corpo. Há corpo no pensamento: o corpo da vida. Nada parece ser nada sem aparência. A vida é a aparência da morte. Posso deixar a aparência vazia: ela continua aparência. As aparências não enganam. O inesquecível da aparência é sem aparência. Viver a vida como a vida de mim mesma. Escrever é sorrir na alma. A alma ajuda Deus a compreender o ser, nas faltas de Deus. A falta é um Deus tão profundo, tão intenso, que harmoniza minha morte, para ela não me faltar. Falo com as mãos.