Blog da Liz de Sá Cavalcante

Colocar o nada em mim sem vida

O desaparecer é uma presença, fica dentro da alma, se torna o meu interior. Eu não quero ser o meu interior, quero ser o meu desaparecer, num sonhar eterno. Não adianta querer ser minha presença, quero apenas colocar o nada em mim sem vida, não sendo presença, mas sendo feliz: esquecer é a minha presença, ao menos pelo esquecimento, não foi abandonada. Ter vínculo com o nada é saúde mental, espiritual. O estagnar da alma é vida. A luz dá vida ao sol. O sol da lua é a aparência do nada. O amor é um sol dentro do sol. A vida é o cantar do sol. O meu ser está sem pensamento: está como alma: no vazio eternizado sem solidão, no amor de ser só, como um amor puro, como a solidão do mar. Não há mar para o mar. O soluço da paz salva a vida da vida. A essência vem para mim, o amor nunca vem: ele fica em mim. A essência vem para mim, o amor nunca vem: ele fica em mim. A essência é a falta de amor. Todos temos um pouco de falta de amor, para sentir a essência, sonhando sem o amor. Nada no amor é real em essência. O amor vai ao infinito pelo ser para não ser o infinito do ser. O ser não tem alma de ser: tem alma de infinito. O infinito é mais do que o céu: é tudo que eu conseguir ser. Assim, colocar o nada em mim em vida, me deixará sem vida, me fará voar.