O abismo transcende em mim feito sol. A tristeza é feita de sol. Quando o vazio se afirma, a eternidade ama. Afundar no amor raso é a eternidade do meu ser. Raso, fundo, não se vive o amor imemoriável de alma. Mas o desamor é capaz de amar no mar a secar, no sofrer do amor. Nada esvazia um amor solitário. A solidão preenche a alma, deixa o ser morrer. Nada sinto na perda do meu ser, pois a perda do outro está em mim: sem sol, pura vida, amor. A vida é dada sem amor, por isso amanhece em mim, sem desespero apenas só: isso é viver feito sol, brisa, que não perde o amor, a essência, nem por instantes. Apenas não quero ser mais só do que já sou: mesmo se eu não puder ser sol, ilumino.