Amo sem deixar a alma. O vir a ser de mim é a alma. A aparência interior não tem vida: é o meu desconhecimento eterno. E nesse desconhecer nasce o sonho. No lugar da vida, do amor, a solidão amanhecida de desespero. Antes de morrer, sinto a morte na minha aparência interior, para não me sentir morrer. Não preciso fazer sacrifícios para morrer. Protegendo minhas mãos da vida, não sinto minhas mãos, as escuto em poesia, no amor que falta as minhas mãos. As mãos resistem sua ausência, no desamor. Não é ausência, é falta, é ausência. Somos todos em busca de um único ser: a saudade.