Blog da Liz de Sá Cavalcante

O silêncio da alma

Não dá para esquecer o nada no silêncio da alma: expulsou meu ser de mim, sem silêncio, sem palavras, me abandonou. O silêncio boia nas palavras. As palavras não conseguem sentir, ficam a boiar no nada. A superfície do céu é o mar. O sonho das palavras sou eu escrevendo o céu sem as palavras até as palavras se tornarem céu. As minhas mãos moldam o céu de palavras com meu amor. Escrevo pela existência de um único instante em que vivi: por escrever. Escrever é infinito: é o único instante em que vivi: sem corpo, alma: apenas eu por mim. Não importa se vou morrer, e sim, o quanto vivi, e ainda vivo.