Blog da Liz de Sá Cavalcante

Visão perdida

Pela substância a substância é uma visão perdida, como se fosse alguém em mim. A permanência é ver o que está ao meu lado, apesar da minha ausência, minha percepção de amar, não é ausente: é a minha permanência em mim. Perceber: sou eterno no amor. A visão está perdida no mundo. Meu olhar espera ver algo além da realidade: a minha tristeza. A morte é igual à vida, sem nenhuma visão, nem mesmo a perdida. A visão perdida me salva dos males da vida e da morte. Morte é olhar para a vida e nada poder lhe falar. Morte é ver a vida sofrer. Sofrer é ver antes de ser o que sou. Ver é perceber. Não vou saber o que é viver antes de morrer. Não vou parar na eternidade: quero mais. Quero a dança das flores nas minhas poesias. Minha visão será recuperada pela dança das flores. Flores são a presença de Deus no nada da vida. A vida pertence a Deus. Sou uma maneira de deixar a vida em Deus. Deus é um amor sem lembranças. O ser aparece apenas na sua morte, é presença eterna. Perdi a transcendência para o mundo, a vida nada fez. Mas as flores continuam a dançar nas minhas visões imperfeitas. Dançam minhas poesias, me devolvem a vida. Minha visão foi perdida, estou feliz, ela vai voltar e verei tudo como se fosse a primeira vez.