Blog da Liz de Sá Cavalcante

O real do real

Amo o nada: é o transcender da alma. A morte é esperança. A sombra dentro do corpo é a morte na alma. O céu se destaca em sol. O sol apaga o céu em estrelas. A ausência de morte é morte. Não há ausência sem morte. Não há Deus sem a vida. Deus é vida. A genialidade da morte dispersa o mundo na vida. O futuro é o ser a existir. O ser é diferente da morte, do teu adeus. Nem o céu é das estrelas. A morte do silêncio emociona a vida: faz nascer palavras sem a fala. O silêncio não morre nas palavras. As palavras definem o meu ser. Não vivo nem sonho, transcendo no nada, sendo uma poesia que ninguém sente ou ama. Há mundos que não pertencem à alma, e sim ao ser: são mundos tristes. Nada é feliz sem a alma. Eu falei com alma. A indiferença é a única realidade. Renascer é falar com a eternidade da alma. Ela morre, ainda falo com sua morte, e sinto a alma viva. Tão viva em mim, que me faz viver. Ela me deu a vida que não possuí.