Blog da Liz de Sá Cavalcante

A identidade da alma é o nada

A descontinuidade da vida é o amor na alma. Pela alma, aprendi a viver com o pensamento do fim. O pensar do fim é sem eternidade. Pensar sem eternidade não é o fim de pensar no fim. O fim é uma eternidade, depois da eternidade. A eternidade para sentir o meu amor. Sei que sonhos não são eternos e necessitam de mim, na pouca vida que eles têm. A eternidade é um vício. O descontínuo da vida é a vida, é o teu adeus. Revelações é o comunicar da vida em ser, mas sem ser. Nenhum ser pode fazer a vida existir. A vida existe apenas sem ser. O ser é uma ilusão da vida. Não sei se estou viva, sei que amo. É tarde para morrer, para viver. O arvoredo de sonhos expande o céu. Nem o nada, nem a vida, nem a morte acrescentam o ser. Ser são sonhos. Sonhos navegam em não ser, sendo ser. Sou ser e não ser ao mesmo tempo. O que a alma realiza eu também realizo, de outra maneira. Ambas realizamos o que somos sem nós. A alma dos meus sonhos não se realiza sem nós. Nós, por um sonho. O retraimento da ausência é o céu. O céu lembra da minha ausência, não lembra de mim. Eliminar a eliminação como se ela fosse vida.