A poesia é uma forma de ser para sempre minha. A distância da vida é a poesia. Por essa distância, me vejo como sou. Mesmo sem ver, a distância me faz me ver no sempre eu. O que, em mim, é saudade, é o nada. Estou roendo a saudade com fome de saudade. A saudade cessa a tristeza. A tristeza não tem saudade, mas é a compaixão da saudade. A desilusão cessa na ausência. Ver o amanhecer é uma desilusão lúdica. Esse prazer pode me matar. Matar-me não cessa a morte, nem a mim. Cessar é sentir a eternidade, sem ter eternidade.