Blog da Liz de Sá Cavalcante

Despedaçada

Meu ser existe sem o meu ser, por estar despedaçado. Eu sem mim é a minha luz, a me sentir no infinito, perco a luz. O nada é minha essência. O nada dura mais do que a eternidade. A luz é o nada. O nada é o fundamento, a razão da vida existir. O ser é uma razão para a vida não existir. O ser em mim é a minha inexistência, que eu amo. Nadificando-me, não fico despedaçada. A morte é parte de mim. Morrer é um dom: poucos morrem, muitos desaparecem: para não morrer. Há um mundo de almas para morrer. O tempo em mim é eternidade. Morte não é eternidade. O desaparecer é uma presença vital. O nunca mais é o amor da alma.