Blog da Liz de Sá Cavalcante

Conformidade na solidão

A inconformidade do meu ser se conforma com a solidão. Estou envolvida na solidão, nessa alma eterna. Essa alma me deixa sem fim para morrer. É a minha alma, a minha vida. O amor se perde na aparência vazia de ser. O amor não tem aparência. Dou minha vida inteira por uma aparência. O amor não se despede: ele se nega. Sinto muito pelo amor ter se negado. Eu amo, como sendo o amor uma descoberta eterna. Quem é o que em mim? O sonho é a alma. Ao sonhar o sonho, deixa de ser alma. Escrevo a sonhar. Perdi a alma, nunca o amor. Nada conquistei na alma, nem mesmo palavras. Pelas palavras, deixo de sonhar, deixo a alma. Sonhar é a lucidez da vida. Lucidez é vazio. Tudo desaparece no vazio, menos eu, que necessito desaparecer mais do que o vazio. Desapareço apenas pelo vazio da alma. É quando percebo que não foi inútil desaparecer. Viver a realidade, apenas para ter alma, é ser vazia.