O nada sente uma dor poética. O nada, tudo é verdade tudo é especial na alma, no nada, onde tudo é perfeito. O ser é uma tristeza que não pode ser sentida como ser. Apenas o ser pode dar ao nada, o nada que ele é pelo ser. É pelo nada que tenho vida. A poesia é um sol que dura sem as minhas lembranças, que são fragmentos de sol, salvos, mantidos em minhas mãos. Seguro firme as lembranças me agarro aos momentos de ter alguém, como se não existisse a solidão. A solidão é falta de pensamentos: então, não sou só: me sinto só. Rompi com a solidão ao morrer. Incorporo a morte para não escrever. Nadificando-me por viver, me misturo com o céu por viver. Poesia de sol, nas nuvens das palavras. Sonho com uma palavra apenas minha: seria como morrer no meu infinito.