Blog da Liz de Sá Cavalcante

Saber nós em mim

Sozinha, ainda existe nós dentro de mim. Amar entristece a alma, como se em mim não houvesse saber em nós. E se nós fôssemos apenas eu? Seria um sonho lindo, mas é real? Real é dizer teu nome para o nada. A dor é gritante, não é solitária, é onde me escuto com a ajuda do azul do céu. Posso ir agora ao nada, como se fosse o céu? O sol é a voz do céu, onde, clamando pela minha voz, encontro a voz de Deus, onde o amanhecer se cala, para eu falar com Deus. Amanhece a necessidade de ver. Ver fere a minha alma, o meu desespero, a minha segurança de ser feliz, nas ondas do mar. A palavra se entrega a mim, sem nunca me ver: sabe como sou. Se o ser nasce com a vida, não há solidão, e sem amor: amor nas palavras que não falo, para elas existirem por si mesmas. Com o tempo, a palavra está na minha voz, e a voz domina a criatividade e cessa a voz. A morte transborda no silêncio oculto de mim. O meu sonho me sorri, assim conheço o mundo. O mundo foi um acidente. O amanhecer delira lentamente no amor da vida. No derrame de uma alma construí minha vida. A alma é para si no ser, se torna desejável no ser que se habitua à alma. Vivo a vida da alma. Vivo a alma na alma. Nunca em mim. A alma fala pelo amor. O amor, sinto na falta de mim. O chão se abre, o mundo floresce sem chão. O nada contra si mesmo é a eternidade vazia, é o nada a escorrer em ser. O ser para o nada, não escorre. O sonho faz a vida ser leal para mim. Metade de mim com a alma, metade de mim é amor. O amor sofre pelo nada, pela dor da vida. O tempo é o sofrer, que é vital para mim, mas é um sofrer que não consigo sofrer. Sofro por mim, sem o tempo: tão viva quanto o tempo que se foi.