Blog da Liz de Sá Cavalcante

Monólogo de amor

Falo comigo para sentir-me viva. Mesmo assim, não conheço o meu pensar, conheço meu amor. Falar faz eu esquecer o que eu não sou. Leva-me até minha alma e tudo será feliz. Dormir é a alma falando comigo. Não esqueço a fala para lembrar, e sim para tornar-me compreensão da vida. Viver é essencial. Lembrar é circunstância de viver. Nada além do ser sem mim, apenas eu. Vou além do ser sem mim ao morrer em mim. Morrer em mim é falta de viver a minha morte. O céu ilumina meu olhar. Meu olhar é luz no fim da vida, do mundo, do amor. Meu sonho é a inexistência do sono. A ausência é dormir sonhando. Morte, meu corpo se perde dentro da tua pele áspera. Não há depois sem ti, da minha morte, que de ti mesma. Falo sozinha em inexistências que preenchem o vazio. O vazio não se preenche só, mas em alguém é para toda vida. Encerro meu olhar como uma morte que me sorri para eu cessar o meu olhar sem dor. Meus olhos falam vidas, sozinhos em nosso fim. A morte continua vida em minhas conversas infinitas de amor, amor, amor…