Blog da Liz de Sá Cavalcante

Entorpecimento

A alma fica frágil até mesmo com o vento. Não sei quando o vento sopra, como se fosse vazio. O vazio é uma estrela que caiu do céu. O vazio preenche o céu. Tudo preenche o céu, tudo faz o céu feliz. Minha sombra me sufoca. As cores apodrecem o viver. A falta de cor é a vida, é o meu olhar. Deixei o hábito de morrer. Ao imaginar-me viver, estou vivendo como se tivessem flores no meu corpo e, assim, eu deixasse o meu corpo, minha alma, na vida que me dei. Sorrir é libertar-me da alma. Sonhar aprisiona tanto, que lembro o que sonhei como se sonhasse agora, quando nenhum sonho é possível. Sonho o sonho de ontem e tenho medo do sonho de hoje ser eu em mim. O que em mim sou eu? Não sei! Eu me dou ao não saber para saber. E assim o céu se despede no conhecimento de mim.