Ando só, sem a solidão. Ver-te, é só. Ver-me, é só. Não sei o que é ver, mas estou vendo. Ver é a despedida do passado. Ver é eternidade sem imagem. Estou deformada de amor. Estou só na solidão da vida. Não consigo ser a imagem do outro por não ter uma imagem. A vida necessita ver-me. Eu não necessito ver-me. Ver é um esquecimento eterno de mim mesma, por mim mesma. Condenada a mim, passo a ter uma imagem que acompanhe o meu sofrer, tornando-me eu para uma imagem que eu possa sonhar e ser outras imagens que estão escondidas em mim.