Como entregar a alma à morte com ela à espera de mim? A vida não é totalidade do ser, é o ser em fragmentos onde não me sinto só, como na totalidade do meu ser. A espera de mim é a vida a partir. Partir é compreender meu amor pelos outros. Se o sonho é a consciência de mim, não flui no nada, se torna sono de uma vida inteira. Não sei se deixei o sono em mim. Pelo torpor da eternidade o amor dorme – eu o sinto no meu despertar: é apenas meu sorrir. Sorrindo me ausento a dormir entre estrelas. Dormi dentro de mim para estar desperta. Como uma noite e eu, vivemos uma para a outra em sonhos despertos na inocência de sermos felizes, onde durmo tranquila. É como se a paz do amanhecer fosse minha paz, ainda dormente de mim. Ainda não acredito que todo esse sentir seja meu sentir: amor! De braços abertos para o infinito, defino meu corpo como a vida que sempre terei e já tenho dentro de mim.