Blog da Liz de Sá Cavalcante

Saudade fria sem amor

Tento ser no não ser, sem a saudade fria, em amor infinito. A alma é o vazio, o estremecer da alma. Estremecer no nada, tornando o vazio eterno, como me ver na alma esfria. Amor, te esquento no meu vazio. Queria te ver nos meus olhos, para ainda ser eu. É satisfação a saudade fria, sem amor. Ao menos é saudade. O tempo cessa a saudade de viver. Saudade, nada sou em mim… Se apodera de mim. Tudo parece falso sem a saudade. Saudade não é triste. Não apenas me escute, me sinta, e ficarei em ti, como o amor que não teve e agora tem: se estiver pronta para amar. Seu amor não é o Universo. Esqueça-o lá fora, no mundo. Eu poderia te dar o que o mundo e a vida não podem te dar: amor! Não sei de que sofro; é um sofrer absoluto. O absoluto não é amor. Não há esquecimento no absoluto. Sonhos de pedras, leves como o ar. Na primeira vez que sonhei, meu corpo saiu de mim, se tornando poesia. Na poesia o ar é distante, como se me tivesse no ar. Depois do corpo e da alma, resta eu, a morrer feliz. Corpo e alma nada significam para mim. Na morte me encontro. O amor não está no olhar, está dentro da alma. Transformo alegria em amor. O olhar é a minha morte no olhar. Se eu chorar vou morrer na ilusão de ser de alguém.