Blog da Liz de Sá Cavalcante

Contentamento do vazio

Procuro rever o que não vi, reavendo a mim mesma. Mesmo sendo no nada, vou reaver a mim. Mesmo sem você lembrar dos seus ódios, da sua indiferença, ele já é você na minha dor. Minha dor não me fere, me tritura. A alma não substitui a minha dor. É o mesmo dia de sempre, não estou como sempre: algo foi perdido sem perdas, esforços. Minha dor partiu sem a tua dor, fiquei desolada, como um sol no sol. O amanhecer, sonhos da vida impedem minha realidade. Realidade que existe em mim o que fazer com esse sentimento de realidade, se a realidade não existe? A realidade não é existir a vida, quando eu existo. O tempo perdido recuperado como morte, assume a realidade. Sei que a minha morte não é a minha realidade. Morri sem lutar, na realidade da morte. Me acalma morrer como luz do meu corpo, sem a sombra do fim.