Nada de mim é nada, nessa inexistência de te ver, que faz você não me amar, como gostaria do seu amor. O pensar pensa em sua inexistência, onde a alma vive! Vou amar na inexistência da vida, entre lágrimas de chuva. Tenho medo da vida, mas o medo é viver. Vivo a busca infinita de ser, como se apenas ser me satisfizesse, mas não satisfaz. Tudo perde na realidade, como um sopro de luz. Eu me encantei sem luz, este é o real do real. Porque a realidade é apenas um, com tantos a viver. Não sei se Deus quer ser a única realidade. Lembrar de Deus é lembrar de mim. Minhas faltas são amor. Palavra por palavra, o nada se entrega à vida, como sendo o infinito pouco para viver. Chorar na morte, no fundo da alma, é nascer de novo. A vida não existe sem ausências, existe sem a morte, sem exaltação ao sol, derrete em minhas mãos, para eu sentir a ausência da vida, nas minhas mãos, sendo minha alma.