Blog da Liz de Sá Cavalcante

Poesia do vento

O vazio precisa penetrar na alma para existir a respiração, penetra no vento, adere à realidade. Respirar não é um sonho. Um sopro de luz, no sonho, me faz parar de respirar, amortece a minha poesia, de respirar o nada, a favor do vento, uma poesia. O vento na minha voz tem o paladar de sonhos, escuta de amor. Nada funciona na alma, nem o amor. A alma inutilizada é um enfeite, uma decoração. Tudo continua lindo, sem a alma. A sucessão da morte retém o ser em si. Reter a consciência na morte sem o ser. Nada contém o ser no ser, por isso, o ser, são boas lembranças. Costuro-me em poesias de vento.