Blog da Liz de Sá Cavalcante

O som da morte

Silêncio, tenho tanto a dizer que esqueço as palavras. Tanto a calar em morrer, prefiro viver. Viver é como conhecer a alma de uma flor. Nada é por acaso, tudo tem um motivo. O desaparecer da alma é comum no amor. O eco do amor aparece quando eu não capto o amor. É evanescente o olhar que dança desmaiando. Sol que nasce cantando de luz. Preciso de um objetivo para a alma. Meu ser não pode existir para a consciência. Existir é falar para o nada o que quero ouvir. A espontaneidade do sol é o meu olhar. A alma é uma ficção, não tem consistência, valor: é apenas a falta de um olhar, de colo, amor. A alma aumenta a carência, não tem realidade. Alma é o inacabado do ser: por isso, é o fim de tudo. Alma é insegurança, é amor. Alma é insegurança de viver. A minha vida sou eu, não é a alma. O som da morte não tem alma.