O alheamento é a vitória do ser na alma. Viveria despreocupadamente se não fosse esse alheamento feliz, que me isenta da realidade, amando minha realidade. A realidade da alma é a minha realidade. Minha realidade é o que reescrevo, tentando transformar em alma o que sinto. Quem sonha sente? O que é o amor alienado? Oscilo o nada no nada. Oscilações nunca são momentos, por isso minha alma fica oscilando em mim. Fecho os olhos da alma, no instante de me ver. Me vendo fico sem vida. Sem ficar na vida. Me vejo sem olhos, o meu olhar é o infinito descansando no fim que é apenas um olhar, olhos de quem vê. Vivo a mesma tristeza com medo de uma tristeza diferente. Eu apenas quero viver nem que seja apenas viver sempre o mesmo. O real das minhas entranhas é a eternidade.