Quando a tristeza fizer amanhecer, há esperança o céu, é a tristeza da vida. A vida domina a alma. Vê, faz tudo desaparecer. A lembrança é ver com alguém a vida. É ver só, em mim. A lembrança é uma vida que não se vê. Ver é lembrar do nada. Morrer é um ver pleno de si. Não há como acreditar no ver, por isso, as coisas existem. Existir não faz parte das coisas. Alma seca, de sombra e de luz. O passado, luz do futuro, é devagar que se morre: na certeza do nada. O amanhecer me separa do real, tem uma realidade apenas sua. O esforço para a realidade não se tornar sonho, chama-se vida, chama-se de viver. Aparecer fora da morte não cessa a inexistência. Aparecer na morte é a transparência do ser, da morte, tem um adeus que não se dá a ninguém. O adeus é ele mesmo, não é o que fazemos dele, ou o que fazemos de nós. A lembrança é um adeus, que não sobrevive ao tempo de ser. Ser é o real contra o mundo. O adeus na lembrança do tempo é o ser.