Blog da Liz de Sá Cavalcante

O céu na voz humana

O céu na voz humana é solidão da alma. É impossível a alma no céu, ela está apenas no que sinto. Sentir sem sentir o adeus da alma no meu respirar, é amor. Olhei para a morte, vi apenas a mim, numa solidão que me acolhe sem morte, sem sofrer. Não me sinto condenada à solidão, e, sim, destinada a ela. Eu e a morte vamos sair da tristeza, dessa vida triste, cruel. Se ao menos a morte me amasse, seria feliz, sem o céu, as estrelas, ainda fazem parte desse mundo. O mundo é uma vida à parte. Olho para o céu, faltam vidas, muitas vidas no céu. Respirar é a continuação do céu a penetrar na poesia, me deixa sem ar, feliz como se tudo fosse poesia, mas não é, é apenas eu, a respirar a solidão. Enquanto eu respirar, não serei só. Sou feliz como a poesia, abandonada pela vida, retorna a alegria por mim. Especialmente por mim.