A alma não se contém em mim, como o mar suspende suas ondas na primeira ausência de luz. Luz é ausência, machuca a solidão, cria o outro em mim, por mim. Palavras embelezam a solidão com responsabilidade. A responsabilidade do céu é fazer da solidão poesia. O céu flutua em minha alma. Tenho que saber de mim, do céu, das estrelas. Para saber de mim não preciso me sentir. Senti coisas mais difíceis do que me sentir: senti a pureza do céu no meu amor. Amor que move as ondas do mar, como uma canção perdida, entregue ao nada da solidão.