Blog da Liz de Sá Cavalcante

Contingente (criar a partir do nada)

O nada cria sem em si. Espero que o tempo perdido seja o tempo de alguém que o ame, que não o tenha como perdido e considere esse tempo uma vida plena. Que nada eu teria sem a vida? O que não consigo ser é distante do nada, perto da vida que compus para o nada, por não criar a minha vida do nada. Criar é a vida do nada, nascendo para mim, como um abismo sem fim de flores. O tempo não é a morte. O tempo do olhar é o nada. O nada enfrenta o olhar pleno de luz. Não há luz, nem escuridão na morte, há apenas a imensidão do céu a adivinhar o que não vou viver.