Blog da Liz de Sá Cavalcante

O sofrer da angústia

O corpo me impede de viver. O corpo da alma é a vida. Vida que nasceu sem corpo, alma, não é digna do céu. Eu, em corpo, alma, sou digna do céu, mas não quero morrer junto do meu corpo, alma, há uma vida. Meu corpo é meu não ser. Meu não ser nada fará por mim eu ajudei a existir este não ser em mim, para não ser este não ser. O não ser se tornou eu, eu não me tornei um não ser. O sofrer não pode sofrer por mim, não quero que o sofrer sofra, quero me ver sofrer. Nada ficou entre mim e eu. O amanhecer não é vida ou morte, é uma alegria que não consigo definir: ao menos eu estou comigo.