O diferente da alma é a alma. O que é verdade para o amor? Sofrer calada? A segurança do ser é morrer. Não há morte no pensar, por isso, não sou o que penso, sou no morrer este contentamento de nada ter sido nunca. Nunca mais não serei através de ti. Não sou através de mim. A realidade é a falta do ser, de nós. Consciência é solidão a desbravar o nada, torná-lo íntimo da sua indiferença, é desconhecer um abraço para ficar no vazio sem céu. O céu das minhas mãos são a poesia. A poesia é um tocar sem mãos. Nada posso ser para a poesia, então sou para mim o que devia ser para a poesia. Não consigo ser poesia na solidão. Nada é talvez, o talvez é a morte do hoje no amanhã. Essa é a sensatez do sol: esperar pela vida e pela morte. O amanhecer não é a vida que sonhei para mim. A vida é mais do que amanhecer.