Blog da Liz de Sá Cavalcante

Corpo de cristal

Corpo de cristal, mais verdadeiro que o corpo da vida. O amor é o limite do ser, mas não é o limite da alma. Agir sem alma é descobrir a vida sem a vida. A alma é forte na morte, frágil na vida. A fragilidade da alma é minha vida. Almas de cristal na vida do corpo. O que acontecer com a morte não vai acontecer comigo. Mesmo assim, vou morrer um dia, mas estarei unida a mim para morrer. O corpo não vive como eu. O que pode ser morrer para a vida? Apenas um pouco mais de tempo no céu? O tempo é a morte. Morte que se vê no sol sem o tempo. Não é mais a morte do tempo, é a morte do ser, no sol de cada dia. Cada dia um sol novo, revigorado dentro de mim. Meu olhar entrego ao sol, mergulhado em mim.