A existência da alma é o nada, mas não é o nada da alma. O nada é livre como o ar. O ar se acostumou à vida, por isso não respira, eu o respiro. O respirar é a verdade que não se cala. O fim da verdade de viver, não me obscurece. A vida é a verdade do fim. O silêncio da noite é o fim do nada. A noite se recolhe nos meus sonhos. Tenho medo do nada acabar, o nada me faz um ser. Como me tornar o ser sem o nada? Não posso deixar o nada, não posso me abandonar sem o nada. Não posso morrer sem o nada. O nada é sem a procura de um adeus, mas o nada é permanência de mim. Procuro um adeus, como em um sonho.