Blog da Liz de Sá Cavalcante

Estou dentro de um abismo infinito

Estou dentro de um abismo infinito, não consigo morrer, como eu morria no mundo, na vida. A claridade do sol, é apenas uma maneira de ver, existem outras: o interior, a tristeza, a angústia, a solidão. A claridade e a escuridão são a mesma fé, amor pela vida. A claridade é superficial. Vejo pelo sentir que me resta, me sinto livre. Inspiração é trocar de alma. O cansaço da alma é o céu. Não dá para tirar a alma da alma. O amor é livre na alma. A alma é livre do amor. Quando não há estrelas, há sonhos. Corpo é morte, alma é vida. O passado é a alma nascendo para sempre, sem eu ter sido. O corpo não pode ser arrancado de mim, já perdi a alma para o meu corpo. Tudo ainda não aconteceu para a alma, aconteceu para mim. Solta no espaço vazio, não sei o que é vazio. Sei o que é morrer: colorir a vida com minha morte. Deixar o vazio da realidade da morte me encantar: é apenas um adeus, entre tanto adeus, por isso, não cabe no universo, devolvo ao ser.