Acreditar seria a dor, o valor de viver? Ausente como uma brisa, emociona. Ser feliz é não me emocionar. A emoção é não aceitar o amor ausente como ausência, mas como uma solidão sagrada. Falta ser no ser, por isso, o ser é um ser, mesmo incomunicável de alegria, de paz. Dispersão me faz ver a vida numa distração flutuante de amor. Viver em mim é morrer. Meu coração bate a flutuar e, assim, me divido com a vida. Crescer é me transformar na vida que sonho. Mas não sei como sonhar com a vida. A vida tem sonhos não sonháveis. Mas ela acredita na falta de sonhos, que a falta de sonhos a faz feliz. Morrer é uma alegria sem realidade. Morrer é não me enclausurar no que sou, é não depender da vida para ser feliz. É ser o que a vida desejar que eu seja, serei, sou, mesmo depois de morta. Enclausurar o amanhecer no céu, me liberta de mim, numa morte que é apenas anoitecer.