A escassez do tempo é a eternidade variando o tempo sem metade de mim. Metade de mim é tempo, metade ausência. O que me resta? Plenitude, uma eternidade feliz? E onde ficam minhas tristezas? No fim de nós que não existe? Nós, é apenas eu. Não sei sofrer, por isso escrevo para compensar a falta de tristezas. Minhas tristezas são nada comparadas à tua ausência em mim. A ausência é pior que ser triste. O começo da tristeza é uma mistura de náusea, com excitação e infinitude. Quero ser infinita não para a vida, para o amor. Esqueço a infinitude para ser amada mais do que a vida, do que o universo. Nada me surpreende. Quero o sacudir da natureza em mim. Não há natureza em ser. O vento carrega os medos, torna-os imensidão. A imensidão não é o infinito. A eternidade é o começo de mim. Não tem alma para a alma. Sorrir de solidão, escapar do nada como quem escapa da morte. Nada há na plenitude, por isso ela não é vazia.