O vazio de sentir não acompanha a morte. O sentir e o ver são almas que se encontram em um adeus à vida, ao superior. Para a alma, o adeus é a vida. Vida que esqueci nos teus sonhos, tristeza, e que nunca mais voltou. Resta esta esperança sem vida. A impermanência me faz ver minha alma, sem a permanência de ver. Começo a tocar a alma na impermanência: não sinto falta de mim. O sol absorve o tempo sem noites de tristeza. A vida pode ser sem tristeza: na minha impermanência. A impermanência não muda a vida. A impermanência é sagrada, nem a vida pode tocá-la. Vi o céu na impermanência, que é o retraimento da vida. Impermanência é o sentimento de viver, estar viva. O som da impermanência é apaziguador, é o amor, escuto no silêncio, percebo minha sensibilidade, meu amor, tenho muito e, mesmo que um dia acabe, poderei lembrar de como era feliz e não sabia, e como a permanência me fazia infeliz. O que é a permanência senão o fim?