A vida é um detalhe no amor da minha escuridão. Amo na escuridão profunda. A alma intacta por sofrer se derrama no nada, como cura, salvação para amar. Consigo viver pelo detalhe da vida. É dignidade morrer. Preciso parar um pouco de ser, para ver a luz. Como saber o que sou para o outro, se nada sinto por mim? Sentir é ter imaginação para sentir, não consigo me imaginar em mim. Vivo da falta de sonhos. O nada existe sem percepção. A alma me imagina em seus sonhos. Mas não me vê como algo real. Eu a sinto como real em mim, única realidade. O insubstituível é substituído por uma realidade sem vida: isso é viver. O nada ama sua alma. Como viver do que não se vive? O sempre da alma é a morte. Esse sempre vale sempre a pena ter vivido. Vivido no sempre onde não há vida. Sem viver sou feliz, como se algo em mim me despertasse para sempre.