Blog da Liz de Sá Cavalcante

Sublime

Nada é sublime se amo, existo, vivo. Sublime morte, onde está tua perfeição? Perfeição ou imperfeição, é tudo que possuo sem possuir. Sublime o olhar do infinito. O sublime é o amor. Hoje tenho a aparência do nada, para que possam me ver. Isso é perfeito, sublime. O tempo escorrega o nada, superfície eterna de depois. Tuas lágrimas são minha superfície, onde me faz viver sem profundidade. A vida é a superfície do meu ser. Superfície é sublime: é o sol a aquecer minha alma. Sem alma iria viver sem a superfície. Chorar de amor, é transcender na alma. Nada ampara a morte de viver. O desaparecer é o fim da ausência. Mas o desaparecer sente a ausência no seu interior. Seu interior é a ausência que não possui, pelo mar, pela vida, pelo sol, essência de uma ausência feliz. Despertar é essa ausência, esse tédio, monotonia do nada. O instante se perdeu do mar, apenas para me encontrar. O dormir da ausência é a vida. Apenas a vida une a ausência com o ser. A ausência só não existe. A canção é ausência da alma. O corpo é feito de ausências que se perdem na alma.