São o amor, vou tirar a morte da vida e colocar flores na minha dor, e deixar de morrer: esta é a vida do espírito. Vou transformar a vida em espírito por meu amor à vida. Não há o que chorar no espírito. O espírito se afastou da alma para viver. O que vivo eu amo, por mais que ame a vida, não a amo o suficiente, para me emocionar com o amor. Tudo é morte, o resto são sonhos abandonados por uma vida inexistente. Porque a vida não pode ser amor? Quando é que o amor é um sonho? A ausência é uma lágrima de adeus. A verdade existe apenas no amor. O silêncio inconstante do não existir consolou-me de mim. A palavra não existe sem a vida. O meu amor é precoce. A alma é este nunca partir de dentro de mim. A parte de mim que está inteira é leve como uma folha de árvore que cai no chão. Como saber o que é viver? Vivendo. Se eu deixasse o sonho ser o que quiser, a poesia me escaparia num suspirar eterno. E essa eternidade existe na folha que cai da árvore. Essa folha é minha eternidade, pois ela não sonha.