Se o pensamento se une ao ser, não há vida. Eu queria fazer algo essencial para a vida, onde não houvesse pensamento, e eu me dividisse em amor finito. Um pedaço de mim foi jogado sem a vida, o outro ficou nos destroços da vida, sem ser destruído pela vida. Os gritos do nada são amor. Queria que fosse o mar, o isolar de Deus. Deixar a morte no espaço da vida é morrer com a vida, onde falar é pouco para amar. A solidão não atinge o amor, e a poesia que me entusiasma até com o fim, onde sei te amar. A palavra é um ser em mim, poético, cheio de poesias. Como amava te amar, posso amar ao menos a poesia, perceber que é seu próprio amor vivo em mim. Vivo o instante, mais do que a poesia, o instante nada exige de mim, a poesia me suga, estamos felizes sugadas em um amor desesperado, que não é triste: é sol, é vida, é a presença de Deus a me olhar no infinito do nada. O olhar no nada terá um fim em Deus. Não há um lugar, mas deve ter alguém ou algo a me esperar na solidão. O fim da alma é a minha solidão, não a dela. Não há dimensão para o infinito. O fim do infinito é a dimensão do infinito.