Retirar meu ser sem ausências como uma lágrima caída do infinito. Há mais infinito nas minhas lembranças do que em mim. Vou amar para sempre a vida, sem saber o que é vida. Sem a vida, há o infinito do meu olhar. Olhar me faz pensar em mim. Pensar sem ver o pensamento não é pensar. O despertar da consciência não é o despertar do ser. A morte é um bem superior inalcançável. Alguns morrem e tornam a alma algo negativo. Tudo é real na morte. Fazer o bem é fazer o nada com a plenitude de ser. Reproduzir o som da plenitude como se fosse a vida em mim. Apenas para enganar meu amor, como se a vida fosse minha. As palavras me tiram da vida, me levam ao céu. O bem causa coisas ruins. Criar palavras na inexistência da vida é um bem que não causa o ruim. Existo para mim ou para os outros? Amar é um adeus que permanece. Tento não demonstrar minha saudade de viver. Minha vontade de viver é uma falta, uma saudade em forma de necessidade. A vida é estranha ao saber dela. Não há um saber na vida, então ela se ignora. É vista por esse ignorar, que cessa a sombra da ausência. Tudo se dilui em ausências conscientes que são vitais para mim.