A alma aparece de várias formas, não aparece no nada, na própria ausência. Mas a presença do nada exclui a alma, com a presença da morte. A morte é pouco para a alma. Sentir é a falta, que faz falta apenas à alma. A alma é a invisibilidade do ser, na visibilidade alma. O ser é visível e invisível ao mesmo tempo, meu ser vê apenas a invisibilidade e a visibilidade, não vê a si mesmo, nem a mim. O tempo é irreal se for sentido como tal. Diversas almas não tornam uma alma alma. Olhos de alma, corpo de mar, a naufragar meu ser, afunda de amor na superfície, nas margens de mim mesma. Corpos desfazem o nada para ser corpo do nada. Várias almas em mim, me sinto só, em meio a tantas almas, queria não ter, para sentir minha companhia. Oceanos de luz clareando meu amor. Nada se escurece sem motivos. Clarear nem sempre é luz, às vezes é a subjetividade da luz, que sabe mais do que eu do meu olhar. Olhar é captar o infinito como sombra do olhar. O aniquilamento da alma como uma luz cega, afoga o saber, me faz ser, antes de amanhecer, com o sol sendo visto em igualdade com o céu, o mar, o ser, a vida, a poesia. Nada é igual quando se sabe ser. Ainda não sei ser. A vida tem rompante de lágrimas de frente ao sol aterrador. Cresce, vida, não diminua, encare a beleza de viver, nem que seja pela sombra da tua ausência limpa o amanhecer com tua angústia, deixa embaçado o amor. Estranha natureza que morre na natureza de ser como opinião de vida, que não é nem uma suposição. Supus o supor como se fosse feliz pelas estrelas do céu. As estrelas jamais serão poesia. Se pode adivinhar estrelas, nunca a poesia. Para cada alma, uma estrela, como sendo a alma a sorrir. Ninguém desvenda a alma. Não sei o que é alma, mas conheço seu amor, embora às vezes duvide dele. Amortecer a alma para não abrandar o amor. Suave é o fim da alma: é como uma oração. Reter a vida como se as palavras fossem dela: é de ninguém. Uma oração sem palavras, tem mais valor. Nenhum ser é igual a si mesmo, somente é igual a si se amo minha alma como me amo. O silêncio fala por Deus, no calar da noite que desvanece em poesias: como uma prece atendida.