O silêncio me deixa cansada de ter alma, de respirar sempre o mesmo ar. A alma e o ser não existem juntos, nem mesmo no adeus. Apenas a vida sabe unir tudo num único adeus. A vida me separa de mim pelo adeus que estava unido de alma, de ser. Permito-me comunicar com o céu, com as estrelas, num abraço sem força de transcendência. Como diz algo além de ser? É como flutuar na escuridão. Nada existe no meu ser, ele é um ser dividido entre a vida e o meu corpo. Não se pensa na essência, o pensar é o esgotar da essência. É o cessar da essência. A essência não se vê, onde tudo se vê. A natureza se conhece pelo balançar do vento silencioso, que se mistura com o mar, com o amor. Nada na vida pertence ao nada. Rostos perdidos na essência da consciência, onde o pertencer é a fascinação, onde os rostos são apenas o esquecimento da vida. A certeza é a ausência, onde os rostos aparecem na vergonha ao céu, que semeia mortes de lama. O amor é a falta de presença do ser. A ausência, feita de sol, é o despertar da luz. Luz dos meus devaneios.