Retornar a saudade é uma ilusão, com o espírito separado do mundo extenso. O espírito se separa do mundo pelo amor. Deveria olhar para o amor, mesmo sem olhar, é minha única chance de amar. Amar é ver, me vendo. Perdi meu sentir para o amor. O olhar de quem vive é um olhar sem mundo, sem tristeza ou adeus. Não sei se o mundo é tristeza ou adeus. O adeus é o único olhar que tem realidade. A realidade é a descoberta da tristeza. Sem tristeza não há realidade. O irreconhecível da vida é a morte. Apenas a morte me faz pensar na vida. Nessa tristeza tenho paz. Enfrento o vazio com palavras. O vazio existencial é apenas perceber que não há saída para a vida e a morte, mas há a saída de me resignar, que no meio de tanta paz ainda me falta paz. O interior é frio, pois não posso me resignar dele. O interior sem o interior é a paz conquistada em ser. Deus não quer ser o absoluto. Para ele basta ser amor. Não o amamos o suficiente, para sermos felizes em nossas faltas. Tudo me falta, menos a alegria. Alegria é como o mar. O mar, dentro do sol, é esperança de viver. Recomeços são mortes que se amam. É difícil sair da alma para o mundo hostil. As faltas são preenchidas na morte. Então não tenho faltas, tenho morte.