A força da perda está na receptividade da morte. A morte intensifica a perda no nada, que não é morte. A morte é a inessência do ser na essência da morte. O além da alma é a morte, é a falta de obstáculo, barreiras em viver. Viver são barreiras da alma. É tão intenso escrever que não sei se quem sentiu ao escrever fui eu ou a alma. Cálices de lua a beber, sorver minha morte, como se fosse a vida. Morte tem gosto de vida. O fim do fim é a vida no amanhecer, onde somos sublimes e necessários como o mar que navega em seu querer. Ninguém quer alma, vida, se temos o mar. Mar, vida de todas as vidas, alma de todas as almas. A quietude é alma. Agitação é alma, mas nenhuma vida, nenhuma alma se compara ao mar. A alma do universo é inferior ao mar. O mar, razão de tudo ser como é. A vida é incompleta, não tem palavras. As palavras do mar são suas águas, a transcender verdades, que antes eu desconhecia. Conheço o mar pelas minhas poesias. O mar é puro em seu transcender. Transcendendo como o mar. Mar, que evolui em seu amor solitário. O amor esquece de si para não esquecer o ser. A matéria do sorriso é o ser, a matéria do ser é a vida. Mar é ficar perto de Deus. A solidão não é solidão, é mar.