Pela união de náuseas, me interessei em viver. A vida nunca será a náusea dos meus sonhos. Chove amor de náusea. A vida vem com sonhos, sem mim, sem a certeza de sonhar. Sonhos são a certeza de viver. O que sinto como alma é a afeição, até me tornar o ser da alma. Não me espanta o infinito ser uma qualidade da vida. O ser é a visão dele mesmo. Escrever destrói a imagem. A ausência é vida na presença do nada. O sonho é finito. A vida enfrenta o fim com o fim. Como fim, sonhei tanto, não sei mais quem sou. A alma surge da minha presença. Minha presença é a alma em mim. É fácil recomeçar, o difícil é começar. Não sei onde termina minha vida e começa a do outro. Morremos pelo mesmo corpo: da essência que devia ser o único corpo, a única tristeza, a única morte em vida. Corpo é o futuro da alma. Deixo as palavras no corpo, como se eu não tivesse alma. A serenidade é alma que acaricia a minha alma. Devo à alma o resto da minha morte. Para me tornar corpo, tenho que esquecer o meu ser, torná-lo uma lembrança, apenas. A lembrança vive menos do que o corpo. E o desinteresse se torna interesse pelo nada. A vida já não importa. O nada toma conta de tudo, sem ausências, apenas o silêncio a revestir o nada sem a solidão. Solidão é quando não há mais o nada, então tudo está perdido.