Blog da Liz de Sá Cavalcante

A dor do corpo cura a dor da alma

A existência não é amor, não faz existir. O corpo não deixa a alma existir. Por isso, a alma existe com a falta de um corpo. Alma, te verei um dia como é: o nada em forma de poesia. Serei atenta, como se partisse de mim a alma e eu abrisse os meus olhos em mim, com saudade da alma. Os meus olhos são lembranças que se veem. A força do meu olhar sou eu, não o meu olhar. A vida não devia existir, a existência era para ser só. Tão só quanto a origem do meu ser. Pode a vida cessar, continuarei sozinha, serei sempre eu sem mim. Não vou partir por amor. Estou segura em mim. A alma vai renascer vida como se o meu sorrir fosse minha presença. Presença que ninguém pode me dar. Renascer é falta de presença. O olhar, acima da vida, não além da vida, é só. Essa solidão vem de longe: de dentro de mim.