A luz do silêncio é a tristeza sem o fim. A luz sozinha é o fim. Agarro-me ao infinito com a força da morte, com a força da razão. Nada é por acaso, longe ou perto, confio na distância do destino, confio no adeus inseparável em mim. O sonho emociona o nada. O nada emociona o sonho nas trevas da morte. As mãos do sonho estão no meu amor, acariciando minha alma em mim. Sem mãos para tocar as mãos dos sonhos, sinto-me superior à vida e à morte: essa é minha ausência. Ausência sem vida ou morte. Atrás da porta, a espera infinita de mim. Pelas portas trancadas, percebo que existo no nada, não sofro o nada, sofro o desencontro com o nada, onde estou. Estou longe, perto do nada, da solidão, tão viva em mim. O final da solidão é feliz no derreter do amor pra viver.