Blog da Liz de Sá Cavalcante

Universo mental

Quando a palavra é ela mesma, não precisa de universo mental para nascer a poesia. A poesia é o próprio universo mental. Agora, que torna o mundo sensível, onde as palavras se tornam íntimas da alma, mesmo sem ter emoção, amor, sabedoria para tanto. A saudade da alma é a alma acontecendo. Transcendi na imaginação. Vi meu rosto aparecer dentro de mim, num corpo de poesia. Poesias banham meu corpo em outro universo, outra dimensão, onde a alegria, o amor por escrever, são admirados pela vida. A vida não ousa escrever, mas sonha com minhas poesias, como se as tivesse escrito na sua alma. Ela incorporou minhas poesias, amando em mim. Conheço o sentir, o amor da vida pelas minhas poesias, mas não me conheço escrevendo: sou o que escrevo! Nada pode mudar isso! Vivo no existir da poesia. Poesia, deixe-me ser em ti o que não sou em mim. A vontade de escrever não é escrever, escrever é sempre ser a vida perdida no encanto de uma poesia. A poesia é tudo que vive e se modifica pelos sonhos. Não existe sonho sem poesia. Nunca saberei o que significa a poesia para mim. Poesia é quando consigo olhar o céu e viver. Mesmo se um dia a poesia deixar de ser sonho, é meu eterno sonho. Minha morte vai ser longa, num sonhar eterno, tudo fiz pelo amor em vida, agora sou eu que preciso ser amada pela morte, por tudo que vivi, sem compreender, mas com um prazer, amor infinito. A vida e a poesia são a mesma coisa: como pode então a vida ter fim e a poesia ser imortal? Poesia é apenas o consolo de nada existir, e a vida será apenas uma página em branco, no meio de tantas poesias. A vida não sabe expressar seu amor, mas, quando lê as minhas poesias, que não são para ela, descobre com humildade a essência da poesia: que é apenas ficar comigo, na alegria, na tristeza, nas ausências felizes que não foram em vão. Elas foram o encontro da poesia com Deus, com o absoluto. Descobri que o infinito é muito maior, grandioso, que as minhas poesias, o infinito é Deus. Que cada sentimento meu conheça Deus e eu me aproxime da melhor companhia: o meu silêncio interior por amor a Deus, que vai além das palavras, além de mim.