Blog da Liz de Sá Cavalcante

O ser essencial e a essencialidade

Tentei me vestir de vida, a vida não coube no meu corpo, na minha alma, no meu amor. A essencialidade é a falta de amor, o ser essencial é o retorno do amor. O ser é essencial, mesmo sem amor. Não há nada de essencial na vida, mas o véu que esconde a vida no amor é essencial. Amor não é vida. A essencialidade não me deixa ver o que existe. A essência faz nascer as coisas, as pessoas inexistentes, que existem apenas pela essência. Será a essência vontade humana ou vontade de Deus? Desocupei-me do amor com a vida. Por isso, não quero viver. Viver é a presença de Deus em mim. Viver o momento é deixar a vida. Tudo tem o seu momento, embora pareça que não. O sentimento é a presença mais perfeita que tive em mim. A essência é culpa de existir. Fechar a porta do pensar pela janela do saber: o pensar não sobrevive ao saber. Amadurecer na presença, sem pensar, é amor. A presença não é essência. Essência é o vazio. O vazio é a beleza do amanhecer. O amanhecer é o olhar da vida em mim. A luz me observa. O ser e o nada são conclusões precipitadas e equivocadas da vida. A leveza abstrai o espírito.