Blog da Liz de Sá Cavalcante

Perplexidade

Quero minhas lágrimas ocultar da alma, sem me esconder. Quero a tristeza mais perfeita, na perplexidade de me sentir existir. Como ouso existir? Eu existo em abraços de vida, numa alma inconfessável. Falo de mim, não por mim. Se meu infinito particular fosse meu corpo, não necessitaria tanto abraçar para me perder, seria independente com minhas perdas. Minhas perdas são minha voz, meu suspiro. A fala se cala, as perdas não se calam. As perdas transformam o infinito em nada. Não me preocupo com a vida, não me preocupo comigo, quero apenas parar de sentir. Sentir me machuca mais do que sofrer. Quero dar asas ao céu para que ele conheça outros céus, tenha outros sonhos, mais humanos, reais. Tão real que seus sonhos sentirão o céu num novo céu, onde o amor nunca deixa de amar. Que importa o amanhã? O amanhecer, para mim, é esta minha alegria infinita de ter fé em mim. A esperança é o dia a dia, a fé, sou eu.